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A geotecnia nos projetos de construção civil

A geotecnia estuda o comportamento do solo e das rochas em decorrência das ações do homem. Não há construção sem um prévio estudo geotécnico

“O terreno é bom, não precisa fazer sondagem”. Você pode já ter ouvido esta frase há alguns anos, o que é totalmente descabido. É fundamental saber as características do solo, e como entender seu comportamento. E a geotecnia é essencial para esse estudo.

Na engenharia civil, o solo é o suporte das obras, além de ser utilizado em aterros compactados para os mais diversos fins. É considerado um material heterogêneo, com propriedades variáveis. Além disso, é  não-linear, ou seja, suas reações às tensões, principalmente à compressão, não são variáveis, podendo afetar enormemente seu comportamento; e  anisotrópico, suas propriedades e materiais que o compõem não são iguais.

Para solucionamento dos problemas referentes à construção civil, o solo é o objeto de estudo do engenheiro geotécnico. Existem vários métodos de investigação de subsolos, mas no Brasil o mais comum é a sondagem SPT, também conhecida como sondagem a percussão.

A partir da sondagem, se obtém variadas informações, como o perfil do solo metro à metro, o nível do lençol subterrâneo – fator da resistência dos solos – , e a determinação da resistência do solo às tensões.

Em posse dessas informações, o engenheiro poderá tomar decisões de projetos e sua execução mais eficientes, precisas, seguras e econômicas, como o melhor posicionamento da edificação no terreno e suas fundações, por exemplo.

Importância da geotecnia

A geotecnia é o campo da engenharia civil que estuda os solos e rochas, e como esses reagem às ações do homem. Nos últimos anos, a causa ambiental tem gerado grande preocupação e, assim, a geotecnia e todas as suas vertentes, tem ganhado cada vez mais destaque na:

  1. Prevenção de desabamentos;
  2. Prevenção de desmoronamentos;
  3. Prevenção de deslizamentos;
  4. Preservação dos lençóis freáticos;
  5. Gerenciamento do problema do lixo;
  6. Conter a ocupação de encostas.

Esses são alguns dos projetos que a geotecnia atua. A ideia é eliminar e minimizar essas situações de forma sustentável e segura para a população, sem degradar o meio ambiente. É essencial o estudo geotécnico de uma área, para evitar esses e muitos outros problemas.

“A geotecnia tradicional sempre trabalhou com a intervenção no meio ambiente, mas sem a preocupação específica de evitar ou remediar os problemas gerados pela ação antrópica, que é o que faz especificamente a geotecnia ambiental”, explica Fernando Marinho, professor da Escola Politécnica da USP, que acrescenta: “a área exige ação multidisciplinar. É o caso, por exemplo, da disposição de resíduos domésticos e industriais – assunto pesquisado pelas duas escolas: a atuação em conjunto com biólogos, químicos e geólogos é quase sempre necessária”.

As investigações geotécnicas que antecedem o projeto e o plano de obra, e se prolongam no período de obra e na própria operação do empreendimento, são de responsabilidade maior da Geologia de Engenharia, entendida como a área de estudo responsável pela interferência tecnológica do homem com o meio físico geológico.

A missão essencial da geotecnia é, oferecer ao projetista, o quadro completo dos fenômenos geológico-geotécnicos que podem potencialmente ser esperados da interação entre as solicitações próprias da obra que será implantada e as características geológicas (materiais e processos) dos terrenos que serão por ela afetados.

Assim, todo o esforço investigativo deve ser orientado, desde o primeiro momento, propondo, aferindo, descartando e confirmando hipóteses fenomenológicas, para que, ao final, tenha um quadro fenomenológico real.

Fonte: mapadaobra.com.br

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